sábado, 14 de junho de 2008

Miguel Farias sobre Zé Brown


Todos os convidados do Liberdade de Expressão, têm uma história no movimento, mas não poderíamos deixar de falar do Zé Brown, um ícone do Movimento, quando no início da década de 90, no Alto Zé do Pinho, outrora uma das áreas marginais mais violentas do Recife, hoje celeiro de bandas jovens e movimentos sociais o Zé estava na banda Faces do Subúrbio, formada por jovens da periferia, num esquema recorrente por esse mundo afora: sob forte influência do movimento hip-hop americano, reduto do protesto e da consciência social de jovens negros excluídos nas grandes cidades americanas. Segundo Zé, “Eu também já fui muito influenciado pela cultura norte-americana . Usava uns casacos grandes, além uns pingentes invocados e umas correntes. Depois de um tempo, eu passei a perceber que a gente vivendo num clima desse, extremamente quente, e eu usando roupas como se estivesse no Pólo Sul.” Zé, que ganhou o apelido porque vivia pra cima e pra baixo com um disco de James Brown nas festas de break no Alto, e seus companheiros, não apenas trocaram os pesados casacos pelas camisetas e bermudas como vestiram suas letras com a temática da realidade circundante, como, grosso modo, ocorre com o movimento hip-hop por toda a América Latina.
Por fim, cada vez mais, essa identificação com o universo local levou às famosas raízes: Zé lembrava quando menino ia à cidade com sua mãe e ouvia encantado nas praças os emboladores Caju e Castanha, Rouxinol e Beija-flor improvisando ao som do pandeiro, numa sucessão de rimas em alta velocidade.Adulto, já conhecido como um rapper de respeito, percebeu algumas afinidades entre os dois gêneros, especialmente nos versos livres, rimas repetidas e na batida rítmica, e passou a compor, escrevendo as letras e colocando a embolada, a poesia do rap com a batida da embolada.
Hoje, Zé Brown (José Edson da Silva, nascido no Recife, Segundo Grau completo), além de músico é arte educador, participando de projetos sociais com crianças em situação de risco em bairros pobres como Arruda e Santo Amaro, além do próprio Alto José do Pinho.É importante destacar como o Movimento Hip Hop pode desenvolver o processo de uma cidadania plena da juventude pobre e como deve ser a sua relação com outros movimentos populares, que também trabalham para construir a cidadania nas suas áreas específicas de atuação.
(By Miguel)

Um comentário:

Júlinho Mesquita disse...

ó só mano..
eu sou um arte educador da gac..
vc oi dá uma oficina lá de braik.
e estou começando no rap tah ligado..
ai se fosse possivel eu queria trocar umas idéias com vc!
troquei com o mago mc, e ele me deu uns toques, e eu queria tbm saber qual a sua concepção sobre algumas letras minha.
tow novin na área mano, mas se puder me dá os toque tá ligado!
adimiro bastante o seu trabalho cara!

fique com DEUS (pois ele é o justo)
e é nós mermo mano!

Rapper Malokeiro Zona Oeste.

e se puder dá uma passada lá no meu blog!
http://julinhomesquita.blogspot.com